A lenda da
Moura Salúquia
A lenda da Moura Salúquia está ligada à designação actual da
cidade de Moura.
Segundo
a lenda, a princesa Salúquia,
filha de Abu-Hassan e governadora da cidade então chamada Al-Manijah, apaixonou-se por Bráfama, alcaide mouro de Aroche. Na véspera do matrimónio, Bráfama dirigiu-se com uma
comitiva para Al-Manijah, a dez léguas de distância. Mas todo o território alentejano a norte e oeste tinha já sido
conquistado pelos cristãos e a jornada revelava-se perigosa. Pedro Rodrigues, de conquistar a
cidade de Moura. Estando ao corrente dos preparativos matrimoniais que aí se
desenrolavam, os irmãos emboscaram-se num olival perto dos limites da povoação.
Surpreendidos pela ação dos cavaleiros
cristãos, a comitiva de Aroche foi facilmente derrotada
Entretanto, D. Afonso Henriques encarregara dois fidalgos, os irmãos Álvaro Rodrigues e lmente vencida, e Bráfama foi morto.
Disfarçando-se
com as vestes dos representantes muçulmanos, os fidalgos cristãos dirigiram-se
para a cidade. Salúquia estava no alto da torre do castelo, onde aguardava a chegada do
seu noivo. Vendo aproximar-se um grupo de cavaleiros aparentemente islâmicos, a
princesa julgou que se tratava da comitiva de Aroche, ao que ordenou que lhes
franqueassem as portas da fortificação.
Mas mal
transpuseram a muralha, os cristãos lançaram-se sobre os defensores da cidade,
tomados de surpresa, e conquistaram o castelo. Salúquia apercebeu-se então do
erro que tinha cometido e, ferida pela certeza da morte de Bráfama, tomou as
chaves da cidade e precipitou-se da torre onde se encontrava.
Comovidos
pela história de amor que os sobreviventes islâmicos lhes contaram, os irmãos
Rodrigues teriam renomeado a cidade para Terra
da Moura Salúquia. O tempo encarregar-se-ia de transformar esta designação
para Terra da Moura, até
que evoluíu para a actual forma de Moura.
A uma
torre de taipa do Castelo de Moura ainda hoje se chama a Torre de Salúquia, e a um
olival nas proximidades de Moura, aquele onde supostamente teriam sido
emboscados Bráfama e a sua comitiva, o povo chama Bráfama de Aroche.
Nas armas da cidade figura, uma moura morta no
chão, com uma torre em segundo plano, numa alusão à lenda da Moura Salúquia.
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