terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Os Sentimentos

            O Amor é muito importante, porque a minha vida não teria sentido sem a minha família, os meus amigos e a minha cidade de Moura.
            O Amor é um sentimento nobre e essencial para o ser humano e eu acho que o meu coração é puro.
            O meu cão era um amigo meu. Ele chamava-se Rex e eu ficava feliz, quando brincava com ele. No dia 31 de Abril de 2011, o meu cão morreu e eu fiquei triste, mas ele não voltará. Eu gostava de poder voltar a brincar com o meu cão, pois foram bons tempos.
            Eu ajudo muito os humanos e os animais, mas, às vezes, as pessoas também são más. Eu gosto de ser solidário e, por vezes, também ajudo o meu melhor amigo, o Markhoss, que é um bom rapaz.
            Para mim, a felicidade existe quando temos saúde, quando tenho uma festa em casa, quando recebo um computador novo, quando vejo imagens e filmes dos anos oitenta e noventa...
            Em síntese, os nossos sentimentos estão relacionados com o que nos acontece no quotidiano. Hoje, eu não estou muito feliz, porque cortaram todas as árvores perto da a minha casa e, por isso, parece que estamos num deserto.  



Francisco Ferreira
21/01/2016

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Mia Couto


            Mia Couto, pseudónimo de António Emílio Leite Couto Comes, nasceu em Beira, no dia 5 de julho de 1955. É um biólogo e escritor moçambicano.

            Mia Couto nasceu e foi escolarizado na Beira, cidade capital da província de Sofala, em Moçambique - África. Adotou o seu pseudónimo porque tinha uma paixão por gatos e porque o seu irmão não sabia pronunciar o nome dele. Com catorze anos de idade, teve alguns poemas publicados no jornal "Notícias da Beira" e três anos depois, em 1971, mudou-se para a cidade capital de Lourenço Marques  (agora Maputo). Iniciou os estudos universitários em medicina, mas abandonou esta área no princípio do terceiro ano, passando a exercer a profissão de jornalista depois do 25 de Abril de 1974. Trabalhou na Tribuna até à destruição das suas instalações em Setembro de 1975, por colonos que se opunham à independência. Foi nomeado diretor da Agência de Informação de Moçambique  (AIM) e formou ligações de correspondentes entre as províncias moçambicanas durante o tempo da guerra de libertação. A seguir, trabalhou como diretor da revista Tempo até 1981 e continuou a carreira no jornal Notícias até 1985. Em 1983, publicou o seu primeiro livro de poesia, Raiz de Orvalho, que, segundo algumas interpretações, inclui poemas contra a propaganda marxista militante. Dois anos depois, demitiu-se da posição de diretor para continuar os estudos universitários na área de biologia.

Poema:

Fala de Mãe e Filho


«Meu filho:
onde vais
que tens do rio o caminhar?»

Não espreites a estrada, mãe,
que eu nasci
onde o tempo se despenhou.

«Meu filho:
onde te posso lembrar
se apenas te dei nome para te embalar ?»

Mãe, minha mãe:
não te pese saudade
que eu voltarei sempre
como quem chega do mar.

«Meu filho:
onde te posso nascer
se meu ventre seco
nunca ninguém gerou?»

Mãe, nascerás sempre
na pedra em que te escuto:
a tua ausência, meu luto,
teu corpo para sempre insepulto.

Mia Couto, in 'Tradutor de Chuvas' 

Almada  Negreiros

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Natália Correia


            Natália de Oliveira Correia nasceu em Fajã de Baixo, São Miguel, no dia 13 de Setembro de 1923, e faleceu em Lisboa, no dia 16 de Março de 1993. Foi uma intelectual, poeta (a própria recusava ser classificada como poetisa por entender que a poesia era assexuada, ou seja, não deveria distinguir-se pelo facto de o autor ser homem ou mulher) e ativista social açoriana, autora de extensa e variada obra publicada, com predominância para a poesia. 
            Quando tinha apenas 11 anos, o pai emigrou para o Brasil, fixando-se Natália Correia com a mãe e a irmã em Lisboa, cidade onde fez estudos liceais no Liceu D. Filipa de Lencastre. Iniciou-se na literatura com a publicação de uma obra destinada ao público infanto-juvenil, mas rapidamente se afirmou como poetisa.
            Deputada à Assembleia da República (1980-1991), interveio politicamente ao nível da cultura e do património, na defesa dos direitos humanos e dos direitos das mulheres. Autora da letra do “Hino dos Açores”, juntamente com José Saramago  (Prémio Nobel de Literatura, 1998), Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC). Tem uma biblioteca com o seu nome em Lisboa, mais precisamente, em Carnide.
            A obra de Natália Correia estende-se por géneros variados, desde a poesia ao romance, teatro e ensaio. Colaborou com frequência em diversas publicações portuguesas e estrangeiras. Foi uma figura central das tertúlias (conversas, colóquios) que reuniram em Lisboa nomes centrais da cultura e da literatura portuguesas nas décadas de 1950 e 1960. Ficou conhecida pela sua personalidade livre de convenções (regras) sociais, vigorosa e polémica (nem sempre aceite por todos), que se reflete na sua escrita. A sua obra está traduzida em várias línguas.

poemas:

Paz

Irreprimível natureza
Exacta medida do sem fim
Não atinjas outras distâncias
Que existem dentro de mim.

Que os meus outros rostos não sejam
O instável pretexto da minha essência.
Possam meus rios confluir
Para o mar duma só consciência.

Quero que suba à minha fronte
A serenidade desta condição:
Harmonia exterior à estátua
Que sabe que não tem coração


Natália correia, in “Poemas" (1955)



quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

                               Ruy Belo



            Rui de Moura Belo nasceu em São João da Ribeira, Rio Maior, no dia 27 de Fevereiro de 1933 e faleceu em Queluz, no dia 8 de agosto de 1978. Foi um poeta e ensaísta português.

Carreira 1954 – 1978

            Em 1951 entrou para a Universidade de Coimbra como aluno de Direito . Concluiu o curso de direito em Lisboa, em 1956, ano em que partiu para Roma, doutorando-se em direito canónico pela Universidade S. Tomás de Aquino  (Angelicum), dois anos depois, com uma tese intitulada "Ficção Literária e Censura Eclesiástica".
                        Exerceu, ainda que brevemente, um cargo de diretor-adjunto no então Ministério da Educação Nacional, mas o seu relacionamento com opositores ao regime da época, a participação na greve académica de 1962 e a sua candidatura a deputado, em 1969, pelas listas da Comissão Eleitoral de Unidade Democrática, levaram a que as suas actividades fossem vigiadas e condicionadas. Ocupou, ainda, um lugar de leitor de Português na Universidade de Madrid (1971-1977). Regressado, então, a Portugal, foi-lhe recusada a possibilidade de lecionar na Faculdade de Letras de Lisboa, dando aulas na Escola Secundária de Ferreira Dias, em Agualva-Cacém, no ensino noturno. Em 1991, foi condecorado, a título póstumo, com o grau de Grande Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.
                        Apesar do curto período de atividade literária, Ruy Belo tornou-se um dos maiores poetas portugueses da segunda metade do século XX, tendo as suas obras sido reeditadas diversas vezes.
            Destacou-se ainda pela tradução de autores como Antoine de Saint-Exupéry, Blaise Cendrars, Raymond Aron, Montesquieu, Jorge Luís Borgese Federico García Lorca.





Poema:

Homem para Deus

Ele vai só ele não tem ninguém
Onde morrer um pouco toda a morte que o espera
Se é ele o portador do grande coração
E sabe abrir o seio como a terra
Temei não partam dele as grandes negações
Que mãos estendem eles um ao outro
Por sobre tanta morte que nos dias veio?
E no seu coração que todo o homem ri e sofre
É lá que as estações recolhem findo o fogo
Onde aquecer as mãos durante a tentação
É lá que no seu tempo tudo nasce ou morre
Não leva mais de seu que esse pequeno orgulha
De saber que decerto qualquer coisa acabará
Quando partir um dia para não voltar
E que estão finalmente uma atitude sua há-de implicar
Embora diminuta uma qualquer consequência
O que deus terá visto nele para morrer por ele?
Oh que responsabilidade a sua
Que não dê como a árvore sobre a vida simples sombra
Que faça mais do que crescer e ir perdendo vestes
Oh que difícil não é criar um homem para deus
Ruy Belo, in “Aquele Grande Rio Bufrates”  


quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Alexandre O'Neill



Alexandre Manuel Vahia de Castro O'Neill de Bulhões GOSE, nasceu em Lisboa, no dia 19 de dezembro de 1924 e faleceu em Lisboa, no dia 21 de agosto de 1986. Foi um importante poeta do movimento surrealista português. Era descendente de irlandeses. Tem uma biblioteca com o seu nome, em Constância.
Autodidata, O'Neill foi um dos fundadores do Movimento Surrealista de Lisboa. É nesta corrente que publica a sua primeira obra, o volume de colagens A Ampola Miraculosa, mas o grupo rapidamente se desdobra e acaba. As influências surrealistas permanecem visíveis nas obras dele, que além dos livros de poesia incluem prosa, discos de poesia, traduções e antologias. Não conseguindo viver apenas da sua arte, o autor alargou a sua ação à publicidade. É da sua autoria o lema publicitário «Há mar e mar, há ir e voltar». Foi várias vezes preso pela polícia política, a PIDE.


Poemas de Alexandre O’Neill

Amigo

Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».

«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!

«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!

«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.

«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!

Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'


Há palavras que nos beijam

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte. 



Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'



terça-feira, 5 de janeiro de 2016

As minhas férias do Natal

            As Férias do Natal foram boas, mas passaram muito depressa.
            Eu fiquei em minha casa ou passeei na rua. Na noite de Natal, a minha família foi jantar a minha casa. Os “Ferreira” estiveram quase todos presentes, exceto os meus avós, que estão doentes. Senti muito a falta deles, mas não puderam ir e, por isso, no dia de Natal, fomos visitá-los.
            Eu não gosto muito da passagem do ano, mas, no dia 31 de dezembro de 2015, a minha família foi a Monte Gordo, para comemorarmos a vinda do ano de 2016. Ficámos alojados no Hotel e estivemos com amigos do meu pai com quem jantámos À meia noite, fomos para a rua para ver o fogo de artifício. No dia de Ano Novo, fomos ver a praia e o mar estava bonito, apesar de estar vento e frio. A areia voava e, por isso, estivemos muito tempo no exterior.

             Durante as férias, li, vi televisão e joguei no computador. Agora, cá estamos de regresso às aulas e prontos para trabalhar.