terça-feira, 9 de maio de 2017

Agrupamento de Escolas nº2 de Beja
Escola Secundária com 3º Ciclo D. Manuel I

Curso Profissional de Eletromecânica
      Relatório

Visita de estudo à “Exposição de Pintura e Desenho”, subordinada ao tema “Alentejo: afetos e olhares de arte”.




Trabalho realizado por:
Francisco Ferreira
Nº3
Ano: 11º

Turma: I

Maio de 2017

Índice



Introdução

Desenvolvimento

1. Contextualização do espaço
2. Os Artistas

Conclusão

Introdução

No dia 4 de maio de 2017, deslocámo-nos à Pousada de S. Francisco, em Beja, para visitar a exposição de Pintura e Desenho, subordinada ao tema “Alentejo: afetos e olhares da arte”, que apresenta um conjunto de cerca de sessenta trabalhos da autoria de Costa Araújo, Flávio Horta e Leonel Borrela.
            A visita decorreu na aula de Português, pelo que fui acompanhado das professoras Fátima Santos e Tânia Costa.
            Eram objetivos desta atividade contactar com obras de expressão plástica de artistas contemporâneos que abondam temáticas alusivas ao Alentejo e desenvolver a sensibilidade e o gosto pela arte.

Desenvolvimento
1      1. Contextualização: o espaço


Pousada de Beja / Convento de São Francisco

As origens do convento de São Francisco de Beja remontam ao século XIII. Em Novembro de 1268 foi realizada a escritura pública em que foi constituída, por iniciativa do alcaide-mor de Beja, Lopo Esteves, a comunidade de São Francisco de Beja. Os terrenos onde o convento veio a ser construído, situados fora da muralha da cidade e a Sul desta, foram doados por Paio Pires.

A construção ter-se-á iniciado ainda no reinado de D. Afonso III, que, por morte ocorrida em 1279, veio a deixar um legado de cinquenta libras ao convento. Em 1302 foi a vez de outro rei, D. Dinis, apoiar o convento, mandando construir uma capela em honra de São Luís. Esta capela foi mandada erguer como ação de graças ao santo evocado pelo rei quando de uma luta com um urso durante uma caçada. As obras terão demorado quase um século, havendo em 1348 notícia de que estas ainda prosseguiam.

No século XV, João Freire de Andrade, um dos heróis da conquista de Ceuta, institui na capela o seu panteão familiar (Sala dos Túmulos). Nos séculos XVII e XVIII o convento foi sujeito a variadas obras que culminaram com uma remodelação geral do edifício incluindo a construção de uma nova capela.
Em 1834, com a extinção das ordens religiosas masculinas, o convento foi extinto sendo parte do seu recheio oferecido à Santa Casa da Misericórdia que aplicou a talha dourada na Igreja de Nossa Senhora da Piedade. Os túmulos, respetivos escudos e leões de suporte são retirados, sendo três das arcas tumulares usadas como bebedouros para animais, duas junto à nora e uma perto da cisterna. A destruição do património não ficaria por aqui: em 1850 iniciam-se as obras de adaptação ao quartel onde seria instalado o Regimento de Infantaria 17. Estas obras transformam a capela em barbearia, sendo a igreja dividida horizontalmente em dois pisos com a construção de um pavimento intermédio, frescos que revestiam as paredes do convento foram caiados, vãos foram entaipados, azulejos foram arrancados.

A Sala dos Túmulos da capela do Convento de São Francisco encontra-se classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1939 (Dec. nº 29 604, DG 112 de 16 de Maio de 1939), estando estabelecida desde 1961 uma Zona Especial de Proteção.(DG 80 de 4 de Abril de 1961)

A extensão das obras efetuadas durante os reinados de D. Pedro II e de D. João V, vieram a eliminar todos os elementos da edificação original apenas tendo chegado aos nossos dias a capela gótica do século XV e respectiva Sala dos Túmulos.

As obras de reabilitação e adaptação a Pousada foram efetuadas entre 1993 e 1995 sendo nomeadamente eliminada a laje de betão armado que dividia a igreja e realizadas obras de restauro dos frescos das abóbadas da Sala do Capítulo e da Sala dos Túmulos na Capela. O espaço ajardinado exterior é da autoria do arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles.


2. Os Artistas
           Nesta mostra coletiva, na Pousada Convento de Beja, entre os dias 22 de Abril e 31 de Maio de 2017, estão expostas cerca de 60 obras da autoria de Leonel Borrela, Costa Araújo e Flávio Horta.

            2.1 .LEONEL BORRELA é natural de Loulé (1955). Reside em Beja há mais de 40 anos e é assistente técnico do Museu Regional de Beja desde 1977. Licenciado em História pela Universidade de Évora (2001-2005) tem várias dezenas de artigos publicados em periódicos (1982 a 2012) e em livro (Castelo de Portel, 1995; Cartas de Amor de Soror Mariana, 2007) sobre o património cultural de Beja e da sua região histórico-arqueológica. As suas incursões autodidatas, como artista plástico, de forte pendor naturalista, remontam a 1973. A aguarela, a gravura e o acrílico, depois do carvão, do óleo e da têmpera, são as suas técnicas de eleição.
Com mais de cem exposições coletivas e individuais realizadas essencialmente no sul de Portugal, na Alemanha e no Canadá, está representado em diversas coleções privadas e oficiais, nacionais e estrangeiras.
            Nesta mostra coletiva, com Costa Araújo e Flávio Horta, realizada na Pousada Convento de Beja, expõe cerca de 26 obras, entre uma coleção de dez gravuras de 1989 e aguarelas mais recentes, a maioria inéditas sobre Beja e a sua região.

Leonel Borrela


Composição de Beja e outros quadros de Leonel Barrela, 2017

            José Augusto da COSTA ARAÚJO é um artista plástico português, desenhista e ceramista. Nasceu a 10 de agosto de 1947, em Braga. Em 1950, com quatro anos de idade, a sua família mudou-se para Angola, país onde Costa Araújo foi educado e teve o seu primeiro contacto com as artes. Autodidata, Costa Araújo formou-se também no Curso de Pintura e Artes Decorativas, cuja habilitação lhe permitiu lecionar artes plásticas. Em 1976, resolveu ir trabalhar no Brasil. Ficou um ano no Rio de Janeiro e, seguidamente, foi para Recife, onde trabalhou até 1981. Em 1982, regressou a Portugal, fixando residência em Évora, cidade que escolheu para residir durante 22 anos. Em 1991, no "Campeonato Mundial de Futebol Sub 20", sediado em Portugal, o seu trabalho intitulado “Fintas” foi escolhido como "A Mascote do Campeonato". Viajou por vários países da Europa e, em 2006, voltou ao Brasil por motivos pessoais, indo viver em Dionísio Cerqueira, Santa Catarina. Em meados de 2012, voltou a Portugal, fixando residência em Braga. Desde então para cá, tem desenvolvido a sua arte, expondo em várias galerias da região Norte e Centro sem nunca esquecer o Alentejo, que o havia de marcar para sempre.

Costa Araújo


Ceifeira e Mariana Alcoforado, Costa Araújo, 2017  

            FLÁVIO HORTA nasceu em 1975, Figueira dos Cavaleiros e vive em Beja desde 2006. Desde muito cedo que os riscos e as cores fizeram parte de si. Evoluiu de uma forma persistente mas segura, quase sempre em auto aprendizagem, tendo os grandes mestres da ilustração e da pintura como faróis.
            Recorrendo à cor, outras vezes ao monocromático, é através de um realismo contemporâneo que nos últimos anos se tem expressado artisticamente, representando as gentes da sua região, o Cante e os seus cantadores, as paisagens minimalistas do Alentejo, entre outros temas. A figura humana está quase sempre presente, direta ou indiretamente no papel ou na tela pintada.
Ilustrou recentemente duas obras literárias, “Contos Assesta” da Associação de Escritores do Baixo Alentejo e “Em Nome da Ordem” de Norberto Horta.

Exposições individuais: Centro Cultural Manuel da Fonseca (Ferreira do Alentejo); Capela de Santo António (Ferreira do Alentejo); Biblioteca Municipal de Ponte de Sor; Galeria Nicola Di Nunzio (Beja); Smiles Café em Beja.
Flávio Horta

Grupo do Desassossego, Flávio Horta, 2017


Conclusão

                O espaço onde se encontra a exposição de Pintura e Desenho Alentejo: afetos e olhares da arte tem uma arquitetura muito bonita e adequada aos trabalhos expostos.
                Começámos por observar as maravilhosas gravuras e aguarelas de Leonel Borrela.
Seguidamente, apreciámos os acrílicos sobre tela e desenhos da autoria de Costa Araújo, onde se destacam as expressivas ceifeiras. Por últimos, vimos as excelentes obras de Flávio Horta, onde se salientam figuras Humanas que estão associadas à vida de cidade de Beja. As obras expostas apresentam temas relacionados com figuras da história e da literatura, bem como temas do Alentejo, sendo muito importante ter o privilégio de fazer esta visita.  

Nota: Este relatório foi concluído na aula de Português, sob a orientação da professora Fátima Santos, 5ª feira, dia 11 de maio. Neste dia, à tarde, o artista Leonel Borrela foi vítima de um AVC hemorrágico, causa da sua morte prematura, no dia 12 à noite.  



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