Agrupamento de Escolas nº2 de Beja
Escola Secundária com 3º Ciclo D. Manuel I
Curso Profissional de Eletromecânica
Relatório
Visita de estudo à “Exposição de Pintura e Desenho”, subordinada ao tema “Alentejo:
afetos e olhares de arte”.
Trabalho realizado por:
Francisco Ferreira
Nº3
Ano: 11º
Turma: I
Maio de 2017
Índice
Desenvolvimento
1.
Contextualização do espaço
2. Os Artistas
Conclusão
Introdução
No dia 4 de maio de 2017, deslocámo-nos à Pousada de S. Francisco, em
Beja, para visitar a exposição de Pintura e Desenho, subordinada ao tema “Alentejo:
afetos e olhares da arte”, que apresenta um conjunto de cerca de sessenta trabalhos
da autoria de Costa Araújo, Flávio Horta e Leonel Borrela.
A visita decorreu na aula de
Português, pelo que fui acompanhado das professoras Fátima Santos e Tânia
Costa.
Eram objetivos desta atividade contactar
com obras de expressão plástica de artistas contemporâneos que abondam temáticas
alusivas ao Alentejo e desenvolver a sensibilidade e o gosto pela arte.
Desenvolvimento
1 1. Contextualização: o espaço
Pousada de Beja /
Convento de São Francisco
As origens do convento de São
Francisco de Beja remontam ao século XIII. Em Novembro de 1268 foi realizada a
escritura pública em que foi constituída, por iniciativa do alcaide-mor de
Beja, Lopo Esteves, a comunidade de São Francisco de Beja. Os terrenos onde o
convento veio a ser construído, situados fora da muralha da cidade e a Sul
desta, foram doados por Paio Pires.
A construção ter-se-á iniciado ainda
no reinado de D. Afonso III, que, por morte ocorrida em 1279, veio a deixar um
legado de cinquenta libras ao convento. Em 1302 foi a vez de outro rei, D.
Dinis, apoiar o convento, mandando construir uma capela em honra de São Luís.
Esta capela foi mandada erguer como ação de graças ao santo evocado pelo rei
quando de uma luta com um urso durante uma caçada. As obras terão demorado
quase um século, havendo em 1348 notícia de que estas ainda prosseguiam.
No século XV, João Freire de Andrade,
um dos heróis da conquista de Ceuta, institui na capela o seu panteão familiar (Sala
dos Túmulos). Nos séculos XVII e XVIII o convento foi sujeito a variadas obras
que culminaram com uma remodelação geral do edifício incluindo a construção de
uma nova capela.
Em 1834, com a extinção das ordens
religiosas masculinas, o convento foi extinto sendo parte do seu recheio
oferecido à Santa Casa da Misericórdia que aplicou a talha dourada na Igreja de
Nossa Senhora da Piedade. Os túmulos, respetivos escudos e leões de suporte são
retirados, sendo três das arcas tumulares usadas como bebedouros para animais,
duas junto à nora e uma perto da cisterna. A destruição do património não
ficaria por aqui: em 1850 iniciam-se as obras de adaptação ao quartel onde
seria instalado o Regimento de Infantaria 17. Estas obras transformam a capela
em barbearia, sendo a igreja dividida horizontalmente em dois pisos com a
construção de um pavimento intermédio, frescos que revestiam as paredes do
convento foram caiados, vãos foram entaipados, azulejos foram arrancados.
A Sala dos Túmulos da capela do
Convento de São Francisco encontra-se classificada como Imóvel de Interesse
Público desde 1939 (Dec. nº 29 604, DG 112 de 16 de Maio de 1939), estando
estabelecida desde 1961 uma Zona Especial de Proteção.(DG 80 de 4 de Abril de
1961)
A extensão das obras efetuadas
durante os reinados de D. Pedro II e de D. João V, vieram a eliminar todos os
elementos da edificação original apenas tendo chegado aos nossos dias a capela
gótica do século XV e respectiva Sala dos Túmulos.
As obras de reabilitação e adaptação
a Pousada foram efetuadas entre 1993 e 1995 sendo nomeadamente eliminada a laje
de betão armado que dividia a igreja e realizadas obras de restauro dos frescos
das abóbadas da Sala do Capítulo e da Sala dos Túmulos na Capela. O espaço
ajardinado exterior é da autoria do arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles.
2. Os Artistas
Nesta mostra coletiva, na Pousada Convento de Beja, entre os dias 22 de Abril e 31 de Maio de 2017, estão expostas cerca de 60 obras da autoria de Leonel Borrela, Costa Araújo e Flávio Horta.
Nesta mostra coletiva, na Pousada Convento de Beja, entre os dias 22 de Abril e 31 de Maio de 2017, estão expostas cerca de 60 obras da autoria de Leonel Borrela, Costa Araújo e Flávio Horta.
2.1 .LEONEL BORRELA é natural de Loulé (1955).
Reside em Beja há mais de 40 anos e é assistente técnico do Museu Regional de
Beja desde 1977. Licenciado em História pela Universidade de Évora (2001-2005)
tem várias dezenas de artigos publicados em periódicos (1982 a 2012) e em livro
(Castelo de Portel, 1995; Cartas de Amor de Soror Mariana, 2007) sobre o
património cultural de Beja e da sua região histórico-arqueológica. As suas
incursões autodidatas, como artista plástico, de forte pendor naturalista,
remontam a 1973. A
aguarela, a gravura e o acrílico, depois do carvão, do óleo e da têmpera, são
as suas técnicas de eleição.
Com mais de cem exposições coletivas e individuais realizadas
essencialmente no sul de Portugal, na Alemanha e no Canadá, está representado
em diversas coleções privadas e oficiais, nacionais e estrangeiras.
Nesta mostra
coletiva, com Costa Araújo e Flávio Horta, realizada na Pousada Convento de
Beja, expõe cerca de 26 obras,
entre uma coleção de dez gravuras de 1989 e aguarelas mais recentes, a maioria
inéditas sobre Beja e a sua região.
Leonel Borrela
Composição de Beja e outros quadros de
Leonel Barrela, 2017
José
Augusto da COSTA ARAÚJO é um artista
plástico português, desenhista e ceramista. Nasceu a 10 de agosto de 1947, em
Braga. Em 1950, com quatro anos de idade, a sua família mudou-se para Angola,
país onde Costa Araújo foi educado e teve o seu primeiro contacto com as artes.
Autodidata, Costa Araújo formou-se também no Curso de Pintura e Artes
Decorativas, cuja habilitação lhe permitiu lecionar artes plásticas. Em 1976,
resolveu ir trabalhar no Brasil. Ficou um ano no Rio de Janeiro e,
seguidamente, foi para Recife, onde trabalhou até 1981. Em 1982, regressou a
Portugal, fixando residência em Évora, cidade que escolheu para residir durante
22 anos. Em 1991, no "Campeonato Mundial de Futebol Sub 20", sediado
em Portugal, o seu trabalho intitulado “Fintas” foi escolhido como "A
Mascote do Campeonato". Viajou por vários países da Europa e, em 2006,
voltou ao Brasil por motivos pessoais, indo viver em Dionísio Cerqueira, Santa
Catarina. Em meados de 2012, voltou a Portugal, fixando residência em Braga.
Desde então para cá, tem desenvolvido a sua arte, expondo em várias galerias da
região Norte e Centro sem nunca esquecer o Alentejo, que o havia de marcar para
sempre.
Costa Araújo
Ceifeira e Mariana Alcoforado, Costa Araújo, 2017
FLÁVIO HORTA nasceu em 1975, Figueira dos Cavaleiros e vive em Beja desde
2006. Desde muito cedo que os riscos e as cores fizeram parte de si. Evoluiu de uma forma
persistente mas segura, quase sempre em auto aprendizagem, tendo os grandes
mestres da ilustração e da pintura como faróis.
Recorrendo à cor, outras vezes ao
monocromático, é através de um realismo contemporâneo que nos últimos anos se
tem expressado artisticamente, representando as gentes da sua região, o Cante e
os seus cantadores, as paisagens minimalistas do Alentejo, entre outros temas.
A figura humana está quase sempre presente, direta ou indiretamente no papel ou
na tela pintada.
Ilustrou recentemente
duas obras literárias, “Contos Assesta” da Associação de Escritores do Baixo
Alentejo e “Em Nome da Ordem” de Norberto Horta.
Exposições
individuais: Centro Cultural Manuel da Fonseca (Ferreira do Alentejo); Capela
de Santo António (Ferreira do Alentejo); Biblioteca Municipal de Ponte de Sor;
Galeria Nicola Di Nunzio (Beja); Smiles Café em Beja.
Flávio Horta
Grupo do Desassossego, Flávio Horta, 2017
Conclusão
O espaço onde se encontra a exposição de Pintura e Desenho Alentejo: afetos e olhares da arte tem uma arquitetura muito bonita e adequada aos trabalhos expostos.
Começámos por observar as maravilhosas gravuras e aguarelas de Leonel Borrela.
Seguidamente, apreciámos os acrílicos sobre tela e desenhos da autoria de Costa Araújo, onde se destacam as expressivas ceifeiras. Por últimos, vimos as excelentes obras de Flávio Horta, onde se salientam figuras Humanas que estão associadas à vida de cidade de Beja. As obras expostas apresentam temas relacionados com figuras da história e da literatura, bem como temas do Alentejo, sendo muito importante ter o privilégio de fazer esta visita.
Nota: Este relatório foi concluído na aula de Português, sob a orientação da professora Fátima Santos, 5ª feira, dia 11 de maio. Neste dia, à tarde, o artista Leonel Borrela foi vítima de um AVC hemorrágico, causa da sua morte prematura, no dia 12 à noite.
Nota: Este relatório foi concluído na aula de Português, sob a orientação da professora Fátima Santos, 5ª feira, dia 11 de maio. Neste dia, à tarde, o artista Leonel Borrela foi vítima de um AVC hemorrágico, causa da sua morte prematura, no dia 12 à noite.
Muito bem ! Os quadros são muito bonitos e as vossas fotos tambem !
ResponderExcluir