quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

António Ramos Rosa



António Vítor Ramos Rosa, nasceu em Faro, 17 de Outubro de 1924, morreu em Lisboa, 23 de setembro de 2013. Foi um poeta, tradutor e desenhador português.
António Ramos Rosa estudou em Faro, não tendo acabado o ensino secundário por questões de saúde. Em 1958 publica no jornal «A Voz de Loulé» o poema "Os dias, sem matéria". No mesmo ano sai o seu primeiro livro «O Grito Claro», n.º 1 da coleção de poesia «A Palavra», editada em Faro e dirigida pelo seu amigo e também poeta Casimiro de Brito. Ainda nesse ano inicia a publicação da revista «Cadernos do Meio-Dia», que em 1960 encerra a edição por ordem da polícia política.
Foi um dos fundadores da revista de poesia Árvore existente entre 1951 e 1953.
Fez parte do MUD Juvenil .
A 10 de Junho de 1992 foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 9 de Junho de 1997 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
O seu nome foi dado à Biblioteca Municipal de Faro.
Em 2003, a Universidade do Algarve, atribui-lhe o grau de Doutor Honoris Causa.


Obras
·         1958 - O Grito Claro
·         1960 - Viagem Através duma Nebulosa
·         1961 - Voz Inicial
·         1961 - Sobre o Rosto da Terra
·         1963 - Ocupação do Espaço
·         1964 - Terrear
·         1966 - Estou Vivo e Escrevo Sol
·         1969 - A Construção do Corpo
·         1970 - Nos Seus Olhos de Silêncio
·         1972 - A Pedra Nua
·         1974 - Não Posso Adiar o Coração (vol.I, da Obra Poética)
·         1975 - Animal Olhar (vol.II, da Obra Poética)
·         1975 - Respirar a Sombra (vol.III, da Obra Poética)
·         1975 - Ciclo do Cavalo
·         1977 - Boca Incompleta
·         1977 - A Imagem
·         1978 - As Marcas no Deserto
·         1978 - A Nuvem Sobre a Página
·         1979 - Figurações
·         1979 - Círculo Aberto
·         1980 - O Incêndio dos aspetos
·         1980 - Declives
·         1980 - Le Domaine Enchanté
·         1980 - Figura: Fragmentos
·         1980 - As Marcas do Deserto
·         1981 - O Centro na Distância
·         1982 - O Incerto Exato
·         1983 - Quando o Inexorável
·         1983 - Gravitações
·         1984 - Dinâmica Subtil
·         1985 - Ficção
·         1985 - Mediadoras
·         1986 - Volante Verde
·         1986 - Vinte Poemas para Albano Martins
·         1986 - Clareiras
·         1987 - No Calcanhar do Vento
·         1988 - O Livro da Ignorância
·         1988 - O Deus Nu(lo)
·         1989 - Três Lições Materiais
·         1989 - Acordes
·         1989 - Duas Águas, Um Rio (colaboração com Casimiro de Brito)
·         1990 - O Não e o Sim
·         1990 - Facilidade do Ar
·         1990 - Estrias
·         1991 - A Rosa Esquerda
·         1991 - Oásis Branco
·         1992 - Pólen- Silêncio
·         1992 - As Armas Imprecisas
·         1992 - Clamores
·         1992 - Dezassete Poemas
·         1993 - Lâmpadas Com Alguns Insetos
·         1994 - O Teu Rosto
·         1994 - O Navio da Matéria
·         1995 - Três
·         1996 - Delta
·         1996 - Figuras Solares
·         1997 - Nomes de Ninguém
·         1997 - À mesa do vento seguido de As espirais de Dioniso
·         1997 - Versões/Inversões
·         1998 - A imagem e o desejo
·         1998 - A imobilidade fulminante 
·         1999 - Pátria soberana seguido de Nova ficção 
·         2000 - O princípio da água 
·         2001 - As palavras 
·         2001 - Deambulações oblíquas
·         2001 - O deus da incerta ignorância seguido de Incertezas ou evidências
·         2001 - O aprendiz secreto 
·         2002 - Os volúveis diademas 
·         2002 - O alvor do mundo. Diálogo poético, em colaboração
·         2002 - Cada árvore é um ser para ser em nós 
·         2002 - O sol é todo o espaço
·         2003 - Os animais do sol e da sombra seguido de O corpo inicial 
·         2003 - Meditações metapoéticas, em colaboração com Robert Bréchon 
·         2003 - O que não pode ser dito
·         2004 - Relâmpago do nada
·         2005 - Génese seguido de Constelações 
·         2007 - Horizonte a Ocidente 
·         2007 - Rosa Intacta
·         2011 - Prosas seguidas de diálogos (única obra em prosa)
·         2013 - Numa folha, leve e livre

Para um Amigo Tenho Sempre

Para um amigo tenho sempre um relógio 
esquecido em qualquer fundo de algibeira. 
Mas esse relógio não marca o tempo inútil. 
São restos de tabaco e de ternura rápida. 
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo. 
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol. 

António Ramos Rosa, in "Viagem Através de uma Nebulosa" 

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